Saúde mental e os desafios da mulher moderna

Biologicamente falando, mulheres e homens têm estruturas semelhantes mas que funcionam de maneiras pontualmente diferentes. Então, a mulher seguir os mesmos preceitos e normas de uma sociedade construída sobre bases patriarcais não é como estar em uma zona de conforto ou em ambiente meritocrático.

Mesmo depois de duas grandes ondas feministas ainda há muitos pontos ainda a serem conquistados. A mulher tem o próprio emprego, liberdade e tem o direito de ser independente, mas na prática, ela acaba sozinha criando os filhos e ganhando 27% a menos do que o homem. 

Embora a independência da mulher seja um avanço e, até mesmo, um marco histórico, é possível notar um crescente aumento de mulheres sobrecarregadas, exaustas, ansiosas e depressivas. Mas, por quê isso vem acontecendo?

Como vive a mulher do século XXI

A mulher vem assumindo novos cargos antes mesmo de poder delegar ou dividir suas antigas funções. Isso não é recomendado por empresários de sucesso (contém sarcasmo).

Bom, primeiramente, é basicamente impossível generalizar características de um gênero. Mas, de um modo geral, o que podemos perceber é que a mulher saiu para o mercado de trabalho e agora, precisa estar constantemente se especializando. Ela, agora, é ainda mais exigida e precisa se provar valorosa. 

Cumpre horário de trabalho, cuida da casa, das roupas, do jardim, cuida dos filhos, se preocupa com a formação deles como indivíduos, é responsável pela harmonia familiar, e precisa sempre estar bem apresentável para a sociedade. Estar bem, esteticamente falando, é uma exigência social.

Além disso, cuidar da saúde mental é importante, não só para ela, mas para não parecer histérica em períodos de alteração hormonal ou sobrecarga e estafa. Mulher falando alto ainda não é bem aceito.

Ou seja, além de tudo que ela sempre fez (cuidar da casa, dos filhos e do marido) ela agora deseja independência e precisa trabalhar, muitas vezes mais do que o homem para ganhar o mesmo que ele, e/ou para conquistar a mesma posição. 

Além de a sociedade ainda não garantir que homens e mulheres compitam pelo mesmo pódio, saindo do mesmo ponto de largada, ainda há o fator biológico que pode representar um obstáculo à mulher inserida numa sociedade estruturada por ideais e perspectivas masculinas.

A biologia da mulher 

Segundo o Prof. Dr. Joel Rennó Jr., diretor do Programa de Saúde Mental da Mulher do Instituto de Psiquiatria (IPq) do HC, a mulher pode apresentar uma estrutura cerebral diferente da dos homens, além do fator hormonal que também é diferente do funcionamento no corpo do homem.

É fato que as alterações hormonais que ocorrem, ciclicamente, durante todo o mês geram alterações de humor e, durante toda a vida fértil da mulher (desde a primeira até a última menstruação) a mulher apresenta 2 vezes mais chances de desenvolver depressão e transtornos de ansiedade.

“E quando falamos em depressão, precisamos lembrar que, hoje, é uma doença sistêmica, que afeta o corpo em si. Adicionalmente, há fatores psicossociais bastante significativos. Mulheres são mais vítimas de violência física, sexual, assédio moral; essas experiências traumáticas podem ter mais probabilidade de desencadear quadros de depressão”, diz Dr. Joel.

Como já dito anteriormente, nos cuidados com a  casa e família a mulher é “soberana” e autônoma, e se tratando de ambiente de trabalho, a mulher pode ser ainda mais cobrada, precisando se adaptar e encaixar as normas e padrões masculinos do mundo corporativo. Essas condições somadas à falta de tempo para si mesma aumentam a produção de cortisol (hormônio do estresse).

O cortisol é quase que um sabotador do estrogênio, hormônio feminino que provê a criatividade, neuroplasticidade e inteligência. Na baixa de estrogênio provocada pelo aumento do cortisol ou pela menopausa, é comum que a mulher sinta maiores alterações de humor e até perda de memória.

Hoje existem alternativas para driblar essa perda cognitiva: estudar, fazer faculdade ou aprender um novo idioma; atividades físicas com dança, meditação ou ioga. É importante mudar o estilo de vida para manter a saúde física e mental.

Enquanto a igualdade não é integralmente conquistada, a mulher se adapta e se esforça para se encaixar. Mas, sem o autocuidado com o corpo e a mente a probabilidade de uma exaustão mental e física é grande. Por isso, muitas mulheres vêm buscando alternativas viáveis para fazer a manutenção da própria saúde.

Principais atividades escolhidas pela mulher moderna 

Com a mulher conquistando sua liberdade e o ambiente de trabalho, aumentamos as chances de a mulher se encontrar em atividades que a nutram e sejam positivas no cuidado consigo mesma.

Yoga

A yoga é uma filosofia oriental que visa o equilíbrio  e consciência do corpo físico e mental através da disciplina e práticas físicas. Segundo o mestre espiritual Sri Sri Ravi Shankar, “O yoga te dá o poder de se sentir do jeito que você quer se sentir, a qualquer momento, sem ser vítima dos seus próprios sentimentos. Yoga te faz uma pessoa independente” 

Meditação

A prática da meditação envolve respiração e atenção plena. A prática constante ajuda a trazer e manter a mente no estado presente, reduzindo os sintomas da ansiedade e depressão.

Terapias Alternativas

Reiki, acupuntura, aromaterapia, auriculoterapia, etc., são terapias que conduzem a um maior autoconhecimento, cura e bem estar físico e mental, cada um com sua própria particularidade.

Atividades físicas 

Caminhadas, pilates, academia, não importa a escolha, o importante é movimentar o corpo. As atividades físicas além de melhorarem a autoestima pelo estímulo positivo a aparência física, também aumentam a dopamina e serotonina do corpo, “hormônios do bem estar”, regulam o ciclo circadiano e melhora a disposição física para vencer os desafios diários.

Conversar

Apesar das limitações e diferenças que a mulher enfrenta diariamente existem alternativas para continuar tendo o controle da própria vida. E conversar é uma delas. Conversar com alguém imparcial te ajuda a aliviar a carga e se entender melhor. O ato de falar sobre um problema e ter perspectivas diferentes sobre ele ajuda a ver sob nova óptica e chegar a soluções que outrora seria impossível constatar sozinha.

Acesse o Eyhe  e fale sobre como se sente e seus desafios com outras mulheres. Apesar das diferenças, uma mulher sempre entende a outra em situações comuns.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Continue Conectado

Podcast Autoconsciente

(Parceiro Eyhe) Episódio 65