Será que crianças podem mesmo desenvolver problemas mentais, como depressão, ansiedade e estresse?
“Crianças não têm preocupações, só precisam brincar.” Certamente você já ouviu alguém proferindo essa frase, não é mesmo? Nem os culpo, apenas uma ideia cultural que foi propagada ao longo das gerações.
Hoje se sabe que o cérebro da criança se forma até os 3 anos de idade e, tem um intervalo de amadurecimento até os 11 anos. Neste período tudo que é ensinado e vivido formara a personalidade da criança e será a base de aquisições e aprendizados nos anos que se seguem.
Porque pensar tão precocemente na saúde mental dos pequenos?
Como já mencionado anteriormente, os aprendizados e vivências da infância terão um papel fundamental na formação da personalidade adulta.
Além disso, é na infância que começam a surgir os primeiros sinais de transtornos mentais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em artigo publicado em 2018, metade das doenças mentais começam aos 14 anos de idade, mas a maioria não é identificada e nem tratada.
O desenvolvimento de traços de alterações da saúde mental está intimamente relacionado a frequência e constância com que a criança é exposta a situações adversas, como brigas domésticas, bullying, trauma, violência, falta de afeto, entre outras situações.
O estresse provocado por essas situações aumenta a produção de cortisol, hormônio do estresse, prejudicando a conexão entre neurônios. A consequência disso é a modificação de mecanismos importantes, como o do sistema límbico (responsável pelas emoções) e do sistema endócrino (responsável pela produção de hormônios – que pode influenciar a nossa saúde mental).
Portanto, é essencial que prestemos atenção à saúde mental dos pequenos, lhes proporcionando maiores condições para que se desenvolvam e se tornem adultos equilibrados e saudáveis mentalmemnte.
Motivadores dos principais distúrbios originados na infância
Apesar de pouco comentado, é comum crianças sofrerem de depressão clínica, além de outros distúrbios que também se desenvolvem na infância, são eles: TDAH, ansiedade, fobia, transtorno de conduta e autismo.
As causas mais comuns associadas são:
- excesso de tecnologia;
- bullying;
- abuso sexual;
- violência;
- falta de afeto;
- cobrança exagerada vinda da família;
- traumas.
Essas vivências negativas, principalmente se forem frequentes, tem a capacidade de desencadear o aparecimento de distúrbios mentais, até porque, as crianças ainda não tem habilidade em identificar e lidar com as próprias emoções.
Como cuidar da saúde mental das crianças?
O primeiro passo é a observação, como dito anteriormente, as crianças ainda não desenvolveram a habilidade de interpretar os próprios sentimentos, portanto, comunicá-los a você não será uma ação voluntária e fácil.
Portanto, mudanças de comportamento, como agressividade, pessimismo, dificuldade de concentração ou memória, queixas de dores e falta de apetite são alguns exemplos de sinais para se estar atento.
Além disso, as crianças precisam se sentir seguras, apoiadas e estimuladas a se expressarem sobre suas conquistas e, também, sobre angústias e insatisfações.
É importante criar um “ambiente” de confiança onde elas se sintam apoiadas em cada etapa do seu desenvolvimento, e tenham sua capacidade de ação, julgamento e conquistas reforçadas. Isso melhorará sua auto confiança e, de quebra, sua qualidade de vida.
Preservar e nutrir a saúde mental das crianças é fundamental para que elas consigam desenvolver habilidades sociais e emocionais, evitando o surgimento de transtornos mentais.
Se você acha que o seu filho pode estar enfrentando alguns desses sintomas, vale procurar ajuda profissional e conversar com pais que tenham vivido situações semelhantes.
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