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Como a vulnerabilidade pode afetar negativamente a saúde mental
O debate sobre tratamento e prevenção a transtornos mentais ganhou espaço na última década, principalmente nos últimos anos, após o início da pandemia, que gerou um importante aumento no número de pessoas com ansiedade e depressão e outras limitações relacionadas à saúde mental.
Até então, falar sobre saúde mental despertava um certo preconceito e estigma sobre aqueles que sofriam com algum transtorno.
Hoje as pessoas se mostram mais conscientes e informadas de como os transtornos mentais são patologias, como quaisquer outras, e que, assim como elas, precisam de atenção e tratamento adequado.
Saúde mental no Brasil
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior incidência de pessoas com ansiedade dentre os países América Latina, e é o quinto no ranking mundial.
A pandemia da COVID-19 agravou ainda mais essa situação. Em 2020 a Fiocruz realizou uma pesquisa e constatou que 40,5% dos brasileiros apresentavam sintomas de ansiedade, enquanto 36,7% relataram ter depressão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como “um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua comunidade”.
A relação entre desigualdade e saúde mental é complexa e tem muitas faces, além disso, há vários fatores importantes a serem considerados:
- A desigualdade socioeconômica: As pessoas que vivem em vulnerabilidade socioeconômica têm maior probabilidade de desenvolver estresse crônico e entre outros fatores de risco para problemas de saúde mental, como insegurança alimentar, habitação inadequada, dificuldade ao acesso a serviços de saúde mental de qualidade, trabalho precário e baixa remuneração. A desigualdade socioeconômica também pode afetar negativamente a autoestima e a autoimagem das pessoas, o que pode levar a problemas de saúde mental.
- A discriminação e o preconceito: A discriminação com base na raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, religião ou deficiência pode afetar profundamente a saúde mental das pessoas. A discriminação pode levar a uma sensação de isolamento, exclusão social, ansiedade e depressão.
- Dificuldade ao acesso a serviços de saúde mental: As pessoas que vivem em condições desfavorecidas podem enfrentar burocracias e demora a conseguir acesso a serviços de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Essas barreiras podem levar a problemas de saúde mental não tratados ou mal tratados, além de alimentar a confusão mental e desesperança.
Em resumo, é importante abordar esses fatores e trabalhar para reduzir a desigualdade em todas as suas formas para melhorar a saúde mental da população em geral. São necessárias ações e investimentos públicos, assim como ações de conscientização por iniciativas particulares, também.
Recursos do SUS
No Brasil, a assistência pública à saúde mental é realizada por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a qual estabelece pontos de atendimento para pacientes que apresentam transtornos psiquiátricos ou problemas relacionados às drogas.
É um modelo comunitário bastante difundido em municípios, que faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). A RAPS é composta por diversos serviços, incluindo Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, Unidades de Acolhimento (UAs) e leitos de atenção integral, que podem estar em hospitais gerais ou nos chamados CAPS III.
Apesar de a RAPS ser uma ótima opção para quem não tem condições de pagar por atendimento particular ou convênios, a RAPS ainda carece de investimentos e melhorias, além de um controle maior para que todos os pacientes sejam atendidos com a dignidade e respeito que merecem.
O acesso ao atendimento psicológico e psiquiátrico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode variar de acordo com a região e a disponibilidade de profissionais e recursos em cada localidade. Em algumas regiões, pode haver uma grande demanda e poucos recursos, o que pode dificultar o acesso ou aumentar o tempo de espera para conseguir uma consulta.
Além disso, é importante ressaltar que o atendimento pelo SUS pode ser limitado a um número limitado de sessões e, em alguns casos, pode haver necessidade de esperar por um tempo maior para conseguir a consulta ou tratamento adequado.
Conscientização e prevenção
A falta de conhecimento sempre foi a maior distância entre o início dos sintomas e o tratamento adequado para quaisquer patologias, sejam elas físicas ou mentais.
O que acontece é que muitas pessoas desconhecem os sintomas iniciais ou avançados de transtornos mentais, as alternativas preventivas que residem na mudança de hábitos e, principalmente, desconhecem os caminhos para a requisitar tratamentos de forma gratuita.
Por isso, é fundamental conscientizar a população sobre os problemas e as formas de prevenção. Se não tratadas corretamente, as doenças mentais agravam o estado de saúde mental e físico.
A mudança desse cenário exige engajamento social. Os serviços de saúde precisam esclarecer a população sobre os cuidados preventivos.
Para isso se faz necessário investimentos públicos e privados em medidas de prevenção e de conscientização. Isso, para que um grau relativamente leve não evolua para grave, levando à pessoa à internação e privação do convívio social e do trabalho.
Apesar das barreiras que ainda existem e aumentam a dificuldade em se conseguir assistência, existem iniciativas sociais que fornecem serviços gratuitos e acessíveis à população.
O Eyhe é uma delas. Nós podemos auxiliar quem precisa com acolhimentos imediatos, ou seja, acolhimentos rápidos em momentos de dúvida ou crises. Basta acessar nossa plataforma e escolher o Anjo com quem mais se identificar.
Além do Eyhe, existe a CVV (Centro de Valorização à Vida) que oferece atendimentos imediatos em casos de pensamentos suicidas, eles atuam acolhendo e prevenindo através de ligações, e-mail ou chat.
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