COMO IDENTIFICAR UM RELACIONAMENTO ABUSIVO?

Até pouco tempo atrás, relacionamento abusivo, abuso sexual ou violência doméstica não eram assuntos debatidos tão abertamente. Se você é geração millenium, como eu, sabe muito bem do que estou falando.

Não excluo as gerações seguintes (e muito menos as anteriores), afinal, durantes séculos, e ainda hoje, vivemos em uma sociedade predominantemente machista. Uma cultura opressora estabelecida através de anos e anos de objetificação, coação e violência, calando e subjugando a voz feminina

E, mesmo com mais de 200 anos de luta ativa, foi apenas com advento da tecnologia e globalização que a voz feminina passou a atravessar as fronteiras do preconceito para conscientizar e libertar cada vez mais mulheres.

Em 1970, a psicóloga norte-americana, Lenore E. Walker identificou, através de um amplo estudo, que os abusos e abusadores seguiam um padrão semelhante, identificável e previsível. Então vamos nos aprofundar um pouco mais nesses padrões e, com consciência, quebrar esses paradigmas de gerações.

Sinais e padrões a serem identificados

Se você entrou em um relacionamento pensando que havia encontrado o amor da sua vida e, agora, sente que essa realidade mudou, sua privacidade foi invadida e sua identidade invalidada, pode ser que você esteja vivendo um relacionamento abusivo.

E, mesmo que você não esteja sofrendo agressões físicas, é importante ficar atenta aos sinais e, o quanto antes, pular fora desse relacionamento.

Não, você não fará ele mudar, você não o salvará de todo o desequilíbrio e imaturidade emocional que ele passou tantos anos construindo, mesmo que seja apenas reflexo de sua criação.

Você não é responsável pelo outro, é responsável apenas pela sua própria existência e, por mais que agora não pareça, você pode assumir o controle dela novamente e ser quem você é e veio pra ser.

Então, chega de blá blá blá, e vamos logo começar a listar os sinais de um relacionamento abusivo:

  • Seu parceiro invalida seus sentimentos e sua maneira de expressá-los;
  • Ele diz que você é louca ou que está fazendo drama sempre que você tenta conversar sobre suas insatisfações na relação;
  • Ele acha seus interesses bobos e irrelevantes;
  • Você começa a considerar se as suas especulações não são coisas da sua cabeça;
  • Você se sente pequena e sem importância;
  • Sua autoestima fica extremamente baixa;
  • Você perde a vontade de falar com amigos e familiares;
  • Você constantemente busca a validação do seu parceiro;
  • Você acha que ninguém vai gostar de você além dele;
  • Você inventa desculpas mirabolantes para explicar o comportamento atípico do parceiro;
  • Ou pior, você começa acreditar que é a culpada pelas reações violentas e acessos de raiva dele;
  • As suas mentiras para as pessoas que te querem bem só aumentam;
  • Você também mente para si mesmo que está tudo bem;
  • Você deixa de trabalhar ou fazer o que ama (hobbies, atividade física ou encontro com amigos) por causa do parceiro;
  • Ele costuma te diminuir e ridicularizar na frente de outras pessoas, mesmo que com “humor”; 
  • Ele sempre te põe para baixo;
  • Te critica com frequência;
  • Ele te ignora ou te exclui;
  • Ele exige relação sexual e ameaça terminar ou trair caso você não ceda a pressão;
  • O seu parceiro é sarcástico ou tem um tom de voz grosseiro;
  • Ele tem ciúmes sem motivo;
  • É mal-humorado com frequência;
  • Ele diz: “Eu te amo, mas (?)”;
  • Você sente que já não sabe o que fazer se não estiver na companhia dele;
  • Você sente que não é o suficiente pra ele e pra ninguém;
  • Depois de um tempo você acredita que é o melhor que irá conseguir e que deveria estar feliz e ser grata por ter um homem como ele ao seu lado.

O machismo tão impregnado em nossas culturas faz parecer normal o que deveria ser inaceitável.

As atitudes da lista acima parecem ser inofensivas, já que eu não citei a violência física, empurrões, sufocamentos, tapas ou murros, e a gente sabe que essa lista tende a ficar bem mais pesada. 

Então, vamos esclarecer dois pontos sobre isso. Primeiramente, até a violência física pode parecer normal se você cresceu em uma família que utilizava de agressão com a justificativa de educar. Mas, que fique claro, violência e coação não são normais e não deveriam ser aceitáveis.

Segundo ponto, nenhuma das situações da lista acima são inofensivas, todas elas geram consequências profundas ao seu emocional e podem afetar toda a sua vida, emocional, profissional e até a sua própria identidade, sua percepção de si mesma e de como o mundo deve te receber.

Consequências de um relacionamento abusivo

Um relacionamento abusivo provoca muitas cicatrizes que podem gerar problemas mentais, como depressão, ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), vícios, compulsões, isolamento social, vergonha, problemas financeiros, medo, insônia, entre outras consequências.

É comum que a vítima de um relacionamento abusivo comece a se ver inferior a outras pessoas, acreditando  que merece menos do que realmente merece (isso em qualquer área de sua vida, não apenas nos relacionamentos).

Pode ser que quem vivenciou esse tipo de relação passe a ser uma pessoa insegura, que tem dificuldade de impor (e até de reconhecer) limites e dizer “não”, além de não conseguir tomar decisões e visualizar um futuro próximo ou longínquo.

Um relacionamento saudável não é livre de discordâncias e desentendimentos, mas situações assim se resolvem com diálogo e respeito, sempre em prol da evolução do casal, de maneira individual e em conjunto. O amor está relacionado com admiração, respeito e incentivo ao crescimento, nunca o contrário.

Por isso, se você vive ou viveu algum relacionamento abusivo é hora de sair disso e começar a curar as feridas por ele deixadas. Mas, como?

Como sair de um relacionamento abusivo e curar as feridas por ele deixadas?

Cada situação é única e exige atitudes diferentes. Se você corre risco de vida ou sofre qualquer outro tipo de violência (física, psicológica, patrimonial ou moral) ligue 180. 

Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher através de outros meios. Para maiores informações acesse GOV.BR.

Além disso, conte com a ajuda de profissionais especializados e com o apoio de mulheres que já vivenciaram e superaram situações semelhantes. Acesse a plataforma do Eyhe e entre em contato direto com essas mulheres Anjas, que se disponibilizam de coração aberto a ajudar mulheres como você ou como alguém que você conhece.

Aprenda a ver o lado positivo que dar fim a essa relação pode te proporcionar. Superar as dores e consequências de uma relação abusiva não é tarefa fácil e muito menos rápida, exige apoio constante e orientação. Por isso, não deixe de buscar ajuda, cada dia que se passa é um dia mais distante de reconquistar a mulher incrível que você é. 

Acesse eyhe.com.br e receba a ajuda que precisa neste momento delicado. 

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