Pare de reviver momentos dolorosos.

Uma mulher sentido-se bem e no meio de um milharal.

Passamos por muitos momentos dolorosos em nossas vidas, o que pode acarretar em um trauma. Pare de reviver momentos dolorosos! Saiba como fazer isso:

“Eu não peço a pessoa ferida como se sente, eu me torno a pessoa ferida.” – Walt Whitman

Empatia é a capacidade de colocar-se na experiência de outro e entender com profundidade a gravidade da sua situação. Em geral, acredito que o mundo precisa de mais empatia.

Mas, eu aprendi ao longo dos meus vinte e nove anos que, por vezes, ser uma pessoa altamente empática é incrivelmente doloroso. E às vezes, o excesso é ruim.

Ouvir as histórias de dor que as pessoas contam, pode ser extremamente doloroso quando sua mente tenta levar toda a dor com você. A empatia é saudável quando ajuda a pessoa ferida se sentir compreendido ou a liberar a sua dor. Mas, não é saudável quando você precisa carregar com você como se fosse a sua própria dor.

Se colocar no lugar do outro.

Sentir tristeza por alguém que está sofrendo faz parte de nossa humanidade e conexão com o outro. Levar a tristeza como se ela pertencesse a você pode acabar sendo traumatizante e pode fazer com que você se desligue da pessoa. 

Eu sempre lutei segurando a dor dos outros. A partir de histórias de sofrimento que ouvia, eu achei difícil não se perder na dor do outro e ainda assim poder me segurar a ele. Quando esse problema bateu ainda mais, cheguei a um ponto de ruptura, que acabou me ensinando como pará-lo.

Minha irmã é uma enfermeira e estava trabalhando no dia em que foi agredida por um paciente. Vendo os hematomas cobrindo o rosto dela e os olhos inchados, eu sentia um ruim no estômago. Durante meses depois minha mente voltou ao normal, só assim consegui me sentir novamente tranquila. 

Eu tinha guardado a imagem do rosto dela com medo em minha mente. Eu sentia o terror e a dor. Ela foi ferida e o meu cérebro excessivamente compreensivo me criou como a segunda ferida.

Eu sou uma mulher muito sensível que luta contra o transtorno déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e ansiedade. Às vezes, esses desafios se reúnem, tornando a tempestade perfeita para me torturar com muita empatia.

Alta sensibilidade me deixa em maior sintonia com os outros. A TDAH deixa tudo mais difícil quando preciso controlar meus pensamentos fugitivos e a ansiedade. Toda essa tempestade perfeita exigiu um forte conjunto interno de recursos para conseguir combatê-las. No rescaldo traumático do assalto da minha irmã, eu finalmente encontrei a receita para esse recurso.

As três coisas a seguir me ajudaram a reduzir o ferimento interno de ser muito compreensiva: 

  1. Atenção consciente nas palavras, não nas imagens.
  2. Um mantra consciente.
  3. Um novo visual para deixar ir.

Atenção consciente nas palavras, não nas imagens.

Eu estava no telefone com a minha mãe por enquanto ela processava o que aconteceu com a minha irmã. Neste momento, eu notei que a parte mais dolorosa de tudo foi o repetitivo rolo de filme passando pela minha cabeça, interpretando a história em imagens.

Eu não podia suportar o ataque emocional que estava sentindo. Como ela continuava conversando comigo, fiz um esforço consciente para ouvir apenas as suas palavras, se concentrar apenas em palavras e não imaginar imagens. 

Quando minha mente começou a criar as imagens avassaladoras, eu tentava voltar meu foco para o som das próprias palavras. Tentei ouvir as palavras e só compreendê-las na medida de sua definição, desprovida de significado extra e contexto emocional que eu tinha vindo a atribuir a eles.

Mesmo que esta prática era difícil de fazer, eu era capaz de deixar essa conversa sem o sentimento de estar me ferindo. E essa foi a primeira vez.

Pare de reviver momentos dolorosos: Um mantra consciente.

Não foram apenas as conversas e os gatilhos específicos que criaram o sentimento de ferimento. Meu cérebro ansioso recriaria a história por conta própria,  seria o filme do que minha irmã viveu do começo ao fim. Naqueles momentos, não havia palavras para atender, havia apenas eu e meu cérebro e quase sempre aquilo era torturante.

Foi a partir dessa experiência que desenvolvi o que chamo de mantra consciente. Começa com o reconhecimento de que meus pensamentos estavam fugindo de mim e quando tenho a consciência disso, imagino que tudo estava aparecendo em um livro de figuras que vejo fechado. Eu até imagino o som de um livro sendo fechado com muita  força.

Então o mantra. Toda vez que me pego neste lugar, uso o mesmo mantra. Com o tempo, ele se tornou útil por si só. Isso pode ser qualquer coisa, mas o meu mantra é assim: 

“Nada de bom segue esse caminho.”

Serve como um lembrete de que não há nada útil para mim ou para a pessoa ferida (neste caso, minha irmã) em se fixar na experiência dolorosa (agora passada). Também é um lembrete sutil de que optar por interromper a batalha interna não é prejudicial para a pessoa que foi ferida.

Com isso, acho que posso praticar a próxima habilidade antes de me envolver em outra coisa.

Pare de reviver momentos dolorosos: Um novo visual para deixar ir.

Às vezes, a mente tenta segurar lembranças como se não estivesse pronta para deixar elas irem. Minha mente TDAH tem dificuldade extra com isso. É nesses momentos que eu preciso praticar este exercício visual consciente. Às vezes é preciso praticar várias vezes para que o meu cérebro esteja pronto para fazer a transição até algo mais útil.

Mas, como qualquer prática da atenção plena, eu acho que quanto mais eu trazer a minha mente de volta para o exercício, melhor ela fica em usar o exercício para deixar ir.

Vejo meus pensamentos (ou às vezes o livro em que eu fechei) flutuando em um rio. Eu cresci em uma área com uma tonelada de cachoeiras incríveis que me ajudam neste exercício visual. Eu visualizo uma poderosa cachoeira e vejo meus pensamentos cair sobre a borda.

Então eu fico e vejo eles fluírem no rio até que estejam completamente fora da minha vista.

Depois disso, eu descobri que isso pode ser útil para me envolver em outra atividade, ajudando a minha transição de cérebro. Às vezes isso parece um bom filme ou um passeio com meu marido. Outras vezes, é um hobby ou projeto que eu estou interessada e que ajuda a agarrar a minha atenção.

Se o rolo de filme começa a tocar novamente, eu envio ele de volta sobre a cachoeira.

Com essas estratégias, eu fui capaz de finalmente encontrar alguma paz com a minha mente. Mesmo que sejam estratégias que levam prática, eu considero um esforço válido.

Tradução Livre. Postado em Tiny Buddha.

Se você ainda estiver mal, saiba que no Eyhe existem pessoas que já superaram vários desafios e hoje querem te ouvir e ajudar da forma que puderem! É só clicar AQUI!

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