Como superar trauma e esquecer o que me machuca?

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Um trauma tem o poder de afetar toda a nossa vida. Ele atua gerando uma resposta inconsciente em nosso emocional, por isso sentimos emoções negativas mesmo após um longo prazo do acontecimento. Mas seja uma ferida na memória ou em nossa identidade, a melhor forma de superar um trauma é aprender a lidar com ele.

Vamos conversar?

Eu sei que nosso maior desejo após passar por uma situação traumatizante é esquecer tudo o que aconteceu. Na realidade, essa é uma das formas que nosso cérebro lida com traumas.

Podemos passar por situações tão dolorosas, que nosso corpo, tentando nos proteger dessa dor, “simplesmente” apaga as memórias traumáticas. 

Imagine nosso cérebro como uma máquina, em que processamos e guardamos informações em diferentes pastas. Porém, se uma memória que excede a capacidade permitida pelo seu cérebro tenta ser armazenada, ela é salva em um local diferente do que as restantes.

Daí você deve estar se perguntando: “ué, mas isso é bom, não é? Não se lembrar de algo que te fez mal”. Não exatamente. 

Nosso cérebro pode acabar não processando nossa memória traumática, mas isso não significa que ela não está lá. Aliás, apesar de serem isoladas, ainda causam uma enorme mudança fisiológica e emocional em nós, como o desequilíbrio químico, que afeta diretamente nossas emoções.

Sem falar que vivemos experiências ao longo da vida que são como uma espécie de “gatilhos” para nossos traumas, mesmo que inconscientemente. Por mais insignificante que uma situação pareça, pode reativar a memória do nosso trauma, nos causando medo, raiva, ansiedade, tristeza, o que faz com que acabemos nos auto sabotando, que nada mais é do que fazer mal a nós mesmos (até mesmo sem percebermos).

Mas se esquecer não é o melhor caminho, como lidar com a dor?

Viver atordoado de ansiedade devido a um trauma não é justo para ninguém. Você tem o direito de se libertar do que te machuca, mas isso só será possível com muita inteligência emocional.

O acompanhamento psicológico é uma das formas de aprender a lidar com traumas e fortalecer a inteligência emocional, mas nem todo mundo tem tempo ou condição financeira para isso. Portanto, vamos focar em formas diferentes de terapia.

Conheci recentemente uma psicóloga em especial, chamada Louisa Madeira, que compartilha falas terapêuticas em seu podcast, New me.

Sua intenção principal é fazer reflexões sobre a vida cotidiana, formuladas a partir das percepções que ela tem em quase 40 anos de atendimentos em sua clínica, com o objetivo de contribuir para pequenas mudanças de pensamento e incentivar as pessoas adotarem um modo mais funcional de ser, na vida.

Em um de seus episódios, a Louise fala sobre uma sensação que vivemos, “de sempre esperar o pior”. É exatamente assim que me sinto, falando como alguém que lida com um trauma.

Louise também fala como viver pode ser angustiante, mas não é esse o ponto:

Parece que estamos sempre propensos a nos enquadrar em cenários trágicos. Viver com a sensação de que diariamente somos ameaçados por uma tragédia torna a convivência com nós mesmos quase que insuportável e ainda nos leva a mais transtornos emocionais. 

Mas existe a possibilidade de sair desse lugar de morbidez e ocupar um espaço de esperança.

Na psicologia, chamamos de crenças pessoais os valores que nós como indivíduo sustentamos ao longo da vida. Não tem nada a ver com religião, nesse caso. As crenças pessoas estão diretamente ligadas com as nossas experiências de vida, portanto temos algumas convicções que construímos baseadas em nossa vivência.

Os traumas têm grande poder de contribuir para nossas crenças pessoais, mas de forma negativa. Por exemplo:

Alguém que passou por um trauma em uma relação familiar pode carregar a crença de que não merece ser amado.

ou

Alguém que passou por um relacionamento tóxico e por isso carrega a crença de que manter a distância de relacionamentos e afastar as pessoas ao seu redor, é a melhor forma de se manter protegido.

Mas precisamos ser inteligentes emocionalmente para entender que as verdades são subjetivas. 

Pessoas com inteligência emocional aprendem a trabalhar novas crenças pessoais para se libertarem daquilo que as machucam.

Como trabalhar novas crenças pessoais?

1- Entenda que não dá para ter o controle de tudo

Quando passamos por um trauma, estamos sempre propensos a pensar que o pior vai acontecer, e o pior, que não teremos o controle sobre essa tragédia.

Por exemplo: fui traída pelo meu ex marido, portanto tenho muito medo de ser traída novamente.

Lembre-se de que ninguém tem sexto sentido. Nossos pressentimentos de tragédia tem a ver com nossos traumas e dificuldade de lidar com o futuro. O que achamos ser uma “intuição” nada mais é do que paranoia gerada devido às experiências passadas.

2- Afaste-se da culpa

Pensamos que o pior sempre vai acontecer conosco porque nos sentimentos culpados. Por mais que sentimos culpa por ter passado por uma situação traumática, é importante ter inteligência emocional para se afastar desse sentimento.

Por exemplo: se aquilo aconteceu comigo uma vez, foi porque permiti, portanto mereço coisas ruins.

É importante que façamos um exercício diário para lidar com a culpa e deixar de atribuir uma  sentença ruim à nós mesmos.

3- Pare de colecionar apenas memórias que machucam

Nós, seres humanos, somos especialistas em colecionar memórias ruins. Estamos sempre lembrando de um momento constrangedor ou que nos machucou. 

Por exemplo: fui mal naquela entrevista de emprego, agora nunca mais vou conseguir passar por isso. 

Em vez disso, colecione também memórias boas. Ficamos tão impactados com os dias ruins que esquecemos os que foram especiais.

Além disso, podemos tirar aprendizados de situações que nos causaram desconforto. Utilizando ainda o exemplo da entrevista de emprego: se você não foi bem da última vez, o que pode fazer para se sair melhor em uma próxima?

4- Converse com outras pessoas

Ter visões diferentes e de fora faz com que tenhamos novas perspectivas de situações. Além disso, todos nós precisamos de acolhimento, que significa simplesmente ser ouvido.

Lembre-se: não conseguimos controlar o outro ou o que fazem conosco, mas podemos agir a partir de nós mesmos.

Por isso hoje te convido a refletir sobre tudo isso. Se quiser conversar ainda mais, nossos Anjos estão sempre disponíveis. Oferecemos acolhimento a qualquer momento 🙂.

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