“Você é o suficiente! Você não precisa provar nada pra ninguém.” – Maya Angelou
Eu cresci com um pai viciado. Quando eu tinha quatorze anos, o meu pai perdeu o emprego. Logo meus pais se separaram após nós descobrirmos que meu pai havia traído a minha mãe. Desta forma, meu pai foi para a reabilitação de alcoolismo.
Eu fiquei com uma imensa vergonha pelas ações do meu pai. Mesmo não entendendo muito bem sobre a palavra “vergonha” com a idade de quatorze anos, era o que eu sentia. Mas olhando para trás, isso tudo não era só sobre o meu pai e também sobre o meu próprio estado emocional.
Lembro-me de um membro da escola dominical, da classe da minha mãe, vindo para dar a minha mãe um cheque para ajudar com o pagamento da nossa casa. Foi um gesto tão amável, mas eu me senti muito envergonhada, pois os pais do amigo poderiam usar aquele dinheiro para eles, mas eles estão doando para nós.
Índice
Sentimento de vergonha.
Meu sentimento de vergonha se aprofundou quando eu percebi que a minha familia estava sendo praticamente sustentada pelos membros da igreja.
Minha mãe estava tão deprimida que a nossa casa rapidamente se tornou uma bagunça. Assim, eu estava me isolando cada vez mais. Fiquei profundamente envergonhada do meu pai e nossa casa bagunçada. Sem perceber, comecei a desenvolver sentimentos de inadequação.
Em minha mente de quatorze anos de idade, eu comecei a me sentir não insuficiente e não digna.
Nessa idade jovem, eu nunca tinha ouvido as palavras de Maya Angelou: “Você é suficiente!˜ Então, eu tentei provar o meu valor, obtendo um emprego com apenas quatorze anos. Foi assim que o meu trabalho, a escola e as atividades na igreja se tornaram meios para que provasse para os outros que eu era suficiente.
Demonstração de valor!
Agora, com a idade de trinta e nove anos, eu ainda reconheço a tendência de demonstrar o meu valor para os outros. Por causa da minha história, eu provavelmente estarei sempre me relembrando da minha beleza e do meu valor para o resto da minha vida. Talvez essa possa ser a sua realidade também.
Eu percebi que a vergonha me levou a gastar uma grande parte da minha vida sendo um cirurgião plástico. Pois, constantemente eu tentava encobrir minhas imperfeições. A vergonha me encorajou a manter uma casa perfeita, sempre usar maquiagem e também a construir um currículo que dissesse que eu era alguém.
Obviamente não é uma coisa ruim manter uma casa limpa, nem manter a sua aparência física, ou obter graus de pós-graduação. Não me arrependo das realizações que conquistei ao longo do caminho.
A vergonha é a voz em nossas cabeças que pergunta o nosso próprio valor e beleza, já o diabo em nosso ombro nos convence de que não estamos à altura.
Para mim, tem sido extremamente importante deixar a necessidade de ser perfeito de lado, principalmente no processo de cura da minha vergonha. Se eu não tiver que ser perfeito, então eu posso ser honesto e vulnerável com os amigos sobre as lutas que estou enfrentando na vida.
Relacionamentos e os altos e baixos.
No início do meu casamento, era importante para mim criar a ilusão de que eu tinha o casamento perfeito. Mas, se você é casado ou está em um relacionamento, você sabe que sustentar uma parceria pode ser extremamente difícil. Quando eu comecei a se abrir para os meus amigos sobre isso, eu percebi que eles eram mais abertos comigo sobre as lutas em seus relacionamentos.
Quando começamos a compartilhar os aspectos dolorosos da nossa história com os outros, muitas vezes é ouvir um poderoso coro de “eu também”. A primeira vez que ouvi o “eu também” de alguma forma senti que é normal passar por momento difíceis, pois, nós todos estamos aqui para viver a jornada de humano juntos.
Outra ferramenta importante para mim na busca de libertar-me da vergonha tem sido encontrar pessoas que oferecem empatia e aceitação.
Desabafe com alguém!
A vergonha é um sentimento que nos faz sentir como se estivessemos afundando em areia movediça. No entanto, para mudar isso e não se deixar afundar, é encontrar pessoas seguras que irão receber a sua história e vão te ajudar a se reerguer, te puxando para fora da areia.
Como é que vamos encontrar essas pessoas? Pense em alguém no seu círculo de amigos, no seu local de trabalho, em sua família ou no seu local de adoração.
A pessoa que você está pensando provavelmente é o tipo de pessoa que se lembra de quando você teve uma morte na família. Quando essa pessoa te pergunta como você está, você realmente sente que ela se importa com você.
Este é o alguém que você deve se sentir seguro para compartilhar seus segredos mais escuros, porque você acredita que essa pessoa vai te ouvir com confiança.
Quando eu era adolescente, as primeiras pessoas que eu realmente confiei para partilhar a minha dor foram os conselheiros, os líderes de jovens na minha igreja. Eventualmente, eu me abria com amigos de confiança.
É tão importante para nós vermos nossa beleza, aceitar a nós mesmos, celebrar quem somos e ter a consciência de que somos importantes. Então, quando nós começamos a nos duvidar, é muito importante para nós lembrar-nos de que somos o suficiente.
Então, quais são os dons que temos para oferecer ao mundo? Nós sabemos no fundo da nossa alma que somos o suficiente? É crucial no processo de cura começarmos afirmando nós mesmos o nosso valor.
Algumas das minhas citações favoritas da Maya Angelou me ajudaram a construir um mantra:
Inspire profundamente e expire. Em seguida, diga em voz alta ou em sua mente:
Eu sou o suficiente!
Inspire profundamente e expire. Em seguida, diga em voz alta ou em sua mente:
Eu não preciso provar isso para ninguém.
Não faça igual à mim e desperdice anos da sua vida tentando provar o seu valor. Você está completo, você é bonito e digno exatamente como você é.
Vamos desistir da tarefa desgastante de ser cirurgiões plásticos que tentam encobrir os defeitos. Vamos lembrar que as nossas cicatrizes são sinais de força!
Somos verdadeiramente suficientes.
Que possamos deixar isso claro em nossa mente, ossos, carne, coração e cada parte de nosso ser.
Tradução Livre. Postado em Tiny Buddha.
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