Quem dera a gente lesse um artigo na internet e todas nossas inseguranças sumissem. Mas só de você estar por aqui buscando autoconhecimento, e ainda se abrir a troca de experiências sobre autoestima baixa, já é um grande passo para a mudança. Vamos conversar?
Temos muito sobre o que falar, mas vou começar com um desabafo:
É cansativo viver em um período em que a todo instante a gente se depara nas redes sociais com as pessoas sempre no seu melhor momento.
Existem vários psicólogos que falam sobre como o Instagram afeta a nossa relação com nós mesmos — inclusive afeta a vida de pessoas que a gente nem imagina. A psicóloga Ciomara Schneider, Doutora em psicologia pela UNB revelou o seguinte em uma entrevista ao site Correio Braziliense:
Índice
“A felicidade não é nem um pouco parecida com a ideia de felicidade mostrada em redes sociais (…)”
E não é só a felicidade que também sofre um distúrbio de imagem nas redes, a autoestima também!
Por mais que a gente tente buscar ajuda, mude nossa rotina, e até delete o Instagram, sempre acaba surgindo aquele pensamento: por que não consigo melhorar a minha autoestima?
Quer saber a verdade? Porque não é uma questão de autoestima, mas sim de autocompaixão.
Já se pegou tendo pensamentos disfuncionais?
“Não sou o suficiente.” ou “Queria fazer isso, mas tenho medo de fazer papel de bobo”.
Na psicologia, chamamos isso de pensamentos disfuncionais, que surgem a partir de crenças que construímos ao longo da vida.
Vou explicar melhor:
Durante meus anos de terapia, a terapeuta costumava me explicar que pensamentos disfuncionais são formas de pensar distorcidas da realidade. É como se a nossa mente automaticamente distorcesse a realidade e por isso nos sentimos desamparados e inseguros.
É comum que a gente se sinta assim em alguns momentos, o que não é comum é se sentir dessa forma a todo momento. Não dá para silenciar essa voz que mexe com a gente simplesmente de um dia para o outro, mas dá para aprender a lidar com ela um dia de cada vez por meio da autocompaixão.
Tem uma psicóloga americana chamada Kelly McGonigal que fez vários estudos sobre esse assunto e chegou à conclusão de que nem sempre pessoas com autoestima alta se sentem felizes. Aliás, a autoestima muito alta pode até atrapalhar dependendo do momento.
Pensando nisso, os psicólogos passaram a abraçar a autocompaixão para o desenvolvimento da força emocional. Se você se torna dependente de conquistas, aprovação ou elogios, sua autoestima pode se tornar frágil. Já com a autocompaixão não.
Cultivar a autocompaixão em vez de uma autoestima elevada, faz com que você encontre paz!
A autoestima acaba sendo afetada por questões externas: a gente sente que precisa de aprovação ou elogios, e por isso a autoestima pode se tornar frágil.
E como se não fosse o bastante, acabamos reforçando pensamentos disfuncionais: “meu marido não elogiou meu novo corte, devo estar feia” ou “meu chefe fez uma crítica ao meu trabalho, não sou bom o suficiente”.
Vamos falar mais sobre autocompaixão?
Tente pensar em alguma vez em que alguém te procurou porque estava mal e você encorajou essa pessoa mostrando que os pensamentos que ela estava tendo não condizia com a realidade.
Nesse momento, você sentiu empatia por essa pessoa, o que é bem diferente de pena! Autocompaixão é como sentir empatia, só que por você mesmo.
Aprendemos a ser autocríticos com a gente mesmo muitas vezes por conta do ambiente que crescemos, e isso é enraizado na nossa mente. A questão é que a autocrítica nem sempre é uma boa forma de encontrar motivação e paz.
Eu já fui uma pessoa tão autocrítica comigo mesma que se eu não fosse perfeita em tudo que me propusesse a fazer, acabava desistindo e me sentindo com a autoestima baixa. Ao longo do tempo, que fui aprendendo a ter autocompaixão, passei a ser muito mais compreensiva comigo mesmo e finalmente entender que a gente não precisa ser perfeito, nem chegar perto disso.
Pessoas autocompassivas não têm medo de fracassar, porque entendem que isso faz parte da natureza humana, e quando enfrentam contratempos, são mais propensas a tentar novamente.
Entenda algumas formas de melhorar a autocompaixão
1- Cuide com as palavras
A partir de hoje, comece a observar as palavras que você usa à você mesmo. O autoconhecimento e consciência plena é a melhor forma de começar a mudar o diálogo interno e deixá-lo mais compassivo. Seja mais amigável com todas suas versões e notará uma grande mudança na forma de se enxergar.
2- Recrie situações
Pense em algum momento recente que te deixou bastante para baixo. Agora, imagine a mesma situação, mas enfrentada por um amigo que te pede ajuda. O que você diria a esse amigo? Você o puniria da mesma forma que puniu a si mesmo?
3- Encontre uma forma de se expressar
Algumas pessoas escrevem para expressar seus sentimentos, outras desenham. Encontre a sua melhor forma de se expressar: pode ser cozinhando, dançando etc.
4- Tenha conversas autocompassivas
Exercite o hábito de falar consigo mesmo! Pense em algo que está te deixando descontente e expresse aceitação e encorajamento. Você pode até fingir que é outra pessoa durante esse exercício — nesse caso, o que você gostaria de ouvir?
5- Converse também com outras pessoas!
Desabafar é sempre bom. Eu costumava dizer que só de ser ouvida na terapia já fazia uma grande diferença no meu dia a dia. Por mais introvertida que seja uma pessoa, todo mundo precisa desabafar.
Se você quiser conversar com um de nossos Anjos, seja sobre autoestima baixa ou qualquer outra situação, estamos sempre por aqui para te ouvir 🙂.
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